domingo, 11 de dezembro de 2016

Dezembro

era 5:20 e eu estava no terminal Tietê após mais uma desavença de nossas relações, me surgiu esse texto, a principio iria para o tumblr, mas há motivos para que nada tão visceral seja jogado lá, não mais, não agora, não por esses segundos. Eu realmente não queria ter feito isso, mas ás vezes é tão difícil conter esses pensamentos. Me perdoe, eu realmente preciso ir embora daqui, voltar para minha vida e buscar as coisas que me façam ser melhor, algo que me faça ser uma pessoa mais humana e com maior amor próprio, eu apenas preciso encontrar quem sou e para isso preciso estar só. 
...
Maldita é você que entra e sai da minha vida como se tudo que eu te dissesse fosse largado a mero acaso, maldita é você, que some bêbeda por ai e logo aparece com uma série de livros que eu adoraria ter, me comprando de volta para seu mundo. Você foge todo dia e me leva junto, sou a  bagagem que pesa, mas não mais que sua própria vida. Eu quis te tirar daí tantas vezes e há mais de um ano eu te vi chegar, há mais de um ano você vai e volta, eu apenas quis te tirar daí enquanto você gritava que eu te deixasse morrer em paz e me largava sozinha e trancava a porta e não abria mais, eu tive que me virar por essa cidade assustadora tantas vezes. 
Maldita é você voltando e futucando esse monte de ferida mal cicatrizada, você dizendo que vai ficar tudo bem, que agora vai fazer tudo certo e andar na linha. Que linha? Que maldita linha é essa que você segue e eu não consigo enxergar? E seus exames estão ali por fazer, mas você não se importa, é você acendendo um beck atrás de outro e dizendo que a realidade é uma grande ilusão, é você que diz que vai resolver umas coisas e toma um pico na casa de algum amigo idiota e volta cheia de hematomas e me culpando por ser tão fraca e se culpando por ser tão ruim para mim, para você… e você sai quebrando as coisas e gritando para que eu me vá e maldita sou eu que fico. 
Maldita sou eu que desejo tão intensamente estar perto de você, maldita é essa insegurança que me faz acreditar que não vou conseguir sair disso, que não há outra vida. Maldita é essa carência que faz com que eu aceite sua aproximação toda vez. Maldita é minha falta de amor próprio. Maldita é essa doença que me faz agir com violência nas situações mais extremas, faz com que eu me boicote e me machuque todos os dias. Mas maldita é você que sabe de tudo isso e aproveita das minhas recaídas para vir aqui e fuçar tudo de novo. Malditas são as drogas que você usa, malditas são as drogas que eu penso para estar aqui e estar vivendo. Maldito é o passado, onde eu vivo buscando fuga, maldito é futuro hipotético e maldito é esse presente de quem eu quero sempre desviar, maldito!
Maldita é minha mente que insiste em focar no que me é danoso. DANOS, DANOS, DANOS. Malditos são esses que me causam comoção e dó de quem eu sou. Maldita é a razão que me diz que está tudo errado e maldita é a culpa que sinto por não me culpar as vezes. 
Maldita é você que vai morrer e não vou poder fazer nada para te tirar dai. 
Maldita sou eu, que não me culpo por isso e sinto culpa por não me culpar. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário