segunda-feira, 1 de agosto de 2016

De onde vem essa velocidade constante de mudança de pensamento? Tenho vinte e dois anos e estou certa que já deveria ter mais certezas em minha vida, estou vendo sempre as pessoas correndo atrás de coisas que almejam e querem e podem e correm e correm e correm, eu na verdade nunca sei o que fazer, nunca sei quem sou ou quem gostaria de ser ou porque estou aqui e vivendo. Sábado quando tudo acabou, parecia que tudo havia sido sugado de mim, fiquei sentada, apática, entre meus pais, comendo uma pizza fria, domingo, ao visitar o cemitério a única certeza que tive foi de que a morte chega a todos e dela ninguém está imune, minhas entranhas doíam enquanto eu ouvia de um irmão espírita que somos seres eternos. Eu fiquei olhando o nada enquanto todos tomavam refrigerante, acho que o que passava em minha cabeça era que talvez minha alma estivesse quebrada, com fissuras ou esparramada por aí. Segunda, o que me fez levantar foi o cheiro de café que vinha da cozinha, comi bolo e já sabia que não teria comida em casa, então era aquela a hora de comer, tendo que nas últimas semanas acabei perdendo mais peso do que gostaria. Um dia sem escitalopram, eu estou bem, mas talvez minha apatia seja acusada pela conjuração astrológica no momento de meu nascimento, domingo Rafinha nasceu leonina. Hoje disse para meus pais que escolhi a orientadora do meu tcc que desejava muito ser mais estudiosa que dorminhoca, mas minhas melhores ideias parecem em sonhos. Talvez eu precise de um tempo aqui, sentada, sozinha, para novamente tentar entender porque estou existindo.