terça-feira, 18 de julho de 2017

Junho de 2017

- Love will tear us apart
- Gold  on the ceiling
- Do i wanna know?
- RU mine?
- Tangerine
- I wanna be yours
- Fake tales of san francisco
- 505
- My medicine
- You
- Make me wanna die
- Carmen
- Florida kilos
- High by the beach
- Off to the races
- Blue jeans
- Video games
- Highway to hell
-Roxanne
- Heroes
- One for the road
- Liability
- Green light
- Easy
- Toxic
-Hallelujah
-Where is my mind?
-Trevo
- Nescafé
- Bem me leve
- Quando bate aquela saudade
- Bandolins
- Nosso xote
- Pra você guardei o amor
- Há tempos
- Será
- Ainda é cedo
- Tempo perdido
- Relicário
- All star azul
- Todo dia
- Meu amor
- Disritmia
- O mundo é um moinho
- Janta
- La bohemia
- La boheme
- All  the pretty little horses
- Big rock candy mountain
- Redemption song
- Buffalo soldier
- Three little birds
- Photograph
- Shape of you
- Partiu
- Despacito
- Vai embrazando




A decadência das férias

um fluxo de ar extremamente gelado passa por São Paulo, as temperaturas baixaram uns 11º graus nos últimos dois dias, eu me comprometi a separar roupas para doar à pessoas que precisam, que estão situação de rua ou as meninas do abrigo, pois sei que falta muita coisa para as adolescentes de lá, mas eu queria registrar aqui que eu não consegui

sinto que uma crise me toma pelos braços e é como se eu estivesse me afogando em mim mesma, em quem eu nunca quis que eu fosse, mas em quem eu talvez esteja me tornando. Um quê ranzinza, um quê de egoismo e uma pitada de puro sarcasmo me compõem nesse momento de agora

noto pelo esforço minimo que faço para agradar, o esforço minimo que faço para me vestir de acordo com as normas e parões atuais, aquele minimo esforço para me manter limpa, apesar do cabelo estar penteado e imensamente comprido, é aquilo, todos olham e dizem que meu cabelo segue lindo e está crescendo, eu não me importo, não entendo porquê de cabelo comprido ser assim tão lindo sendo que isso mais me incomoda do que da um minimo prazer. É só o minimo, o minimo para me manter aceitável frente uma sociedade que eu julgo e julgo o tempo todo, todos os dias, do momento que eu abro os olhos ao derradeiro fim de cada noite

sou uma farsa, eu olho para mim e tantas vezes não me reconheço e tantas vezes me perco dentro de tudo que sou e de todas que sou e do quanto posso mudar ainda sim, olho para o espelho e não vejo mais nada de quem já fui, no entanto está tudo ali, tudo em alguma parte de algo que me forma hoje e são tantas as pessoas que compõem tudo isso e eu

no meio disso tudo, me afogo e anteontem eu olhava fotos das pessoas que me acompanham até aqui, minhas amigas, meus amigos, minha família e eu mesma, tantos rostos e eu estava tão perdida, eles todos ali e eu sem conseguir reconhecer-los, quem são vocês? quem são? no fundo disso que a gente chama mente, no fundo de algo que aquém a própria existência tange a ascensão universal. isso que chamamos alma, mas que na verdade não sabemos ao certo. Quem são? Quem eu sou? Qual de mim seguirá em frente?

aquela que almeja uma sociedade melhor ou a que não se importa que o mundo exploda se ainda sim houver a si e seu crescimento pessoal? quem eu me tornei?

essa pessoa que evita contato e sentia pânico em descer até o hall do prédio para por o lixo fora, que não queria sair do apartamento para não cumprimentar o porteiro ou evitou ir ao mercado para não precisar apresentar o rg para o caixa ( documento esse que já não me pedem mais).

então estive com minha família e há algo bom em ser eu mesma, mas sempre tem algo que eu tento esconder e como isso é desgastante. eu sempre digo algo errado, eu sempre causo reações que não gostaria de causar, como se todos, todos se importassem, quando na realidade ninguém está preocupado necessariamente se me porto de maneira aceitável ou não.

e esse relacionamento acabou e outros se iniciam de forma tímida e descompromissada e eu odeio ter de começar tudo de novo, de me explicar tal como sou, de me apresentar e de me portar, justificar. eu sinto tanta sua falta e ao mesmo tempo agradeço por não estar mais perto, por eu ainda estar viva, por estar nessa merda e ao menos estar sentindo algo acontecendo em mim. não sentir é a pior das sensações, aquela inexistência

e aos 23, eu me irrito com a presença de crianças no mundo, eu trabalho de forma a alcançar algo só meu, eu me esforço para ser a melhor nessa área e eu apenas quero crescer loucamente e que se foda todo o resto, pois meus focos têm mudado tanto com o passar dos anos que eu estou perdida no meio de tantas possibilidades e ao mesmo tempo convicta e intermitentemente confusa.

this is me on every vacation.

o ócio e a solidão podem causar crises existenciais previamente inexistentes, adverte o ministério da saúde mental.