domingo, 5 de março de 2017

Os Gêneros

Nós, mulheres, resistimos sim! Agora te pergunto, você trabalha com educação ? Já teve algum(a) aluno(a) que não se reconhecia no próprio gênero? Já conviveu/conversou com pessoas trans? Sabe qual é o real sentimento dessas pessoas em relação ao órgão sexual com o qual nasceram? Se por algum motivo você não teve a oportunidade de alguma dessas vivências, vou te contar duas coisas, a primeira, mulheres ditas trans negam o próprio falo, sim, elas negam! Geralmente durante a excitação sexual elas se constrangem, sério mesmo, elas odeiam aquele pedaço do corpo, muitas querem realmente se ver livre daquilo e a maioria delas, quando se relacionam com alguém, seja essa pessoa mulher ou homem geralmente não costumam coagir ninguém a lidar com o falo, pelo simples fato de não se sentirem bem com o órgão sexual.

Muitas dessas pessoas se privam de relacionamentos íntimos justamente por não se sentirem a vontade com o corpo biológico. Segunda coisa, eu tive sorte de entrar na federal no ano de 2012, se eu não tivesse entrado aos 18 anos no meio acadêmico certamente não teria tido contato com o movimento feminista. Agora, interessante lembrar que o meio acadêmico é elitista, eu cheguei a federal de Pelotas aos 18 porque tive a oportunidade de estudar em uma escola paga durante parte da minha vida, hoje estou me formando, novamente, porque tive e tenho a oportunidade de ter uma mãe que pode me bancar enquanto eu me dedico totalmente ao meu curso e minha profissão. Bom, minha mãe não teve essa oportunidade, assim como a minha prima não teve também, minha mãe conheceu o feminismo por mim e minha prima por algumas amigas que também tiveram a oportunidade que ela não teve, essa de estar na universidade.

No dia em que o programa foi ar, minha mãe me ligou falando que nosso movimento estava sendo citado na TV aberta, super empolgada. Minha mãe tem 54 anos e só hoje compreende as repressões que viveu. Já minha prima tem 23, me mandou mensagem no whatsapp dizendo que tinha uma galera falando de liberdade sexual da mulher na TV. Eu não assisto TV, mas fui buscar ver o programa citado e bom, achei diversas abordagens péssimas, assim como acho péssimo muita coisa dentro do movimento ao qual participo, mas ainda sim achei válido, porque sim, eu como mulher quero um movimento que abranja todas e não que segregue ainda mais, o movimento não é democrático e não chega à todas, quanto mais vinculado for, melhor! Claro há melhores abordagens, mas ver sua aluna de 16 falando sobre liberdade sexual da mulher, sobre respeito e sobre assédio é maravilhoso, ouvir sua mãe dizer super empolgada "nosso movimento esta na TV aberta" é emocionante. Sei que nem te conheço direito, mas sabe experimentei essa discussão com minhas alunas de segundo ano de uma escola estadual e foi ótimo, tínhamos uma trans na discussão, foi lindo e enriquecedor, eu recomendo!

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