quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Disparate, sexualidade difusa

Não foi a primeira vez que discorri sobre minha sexualidade para alguém, é um fato, aparento ser bem mais resolvida sexualmente do que realmente sou. Me garanto muito bem quando o assunto envolve homens, eles não tem a menor noção da subjetividade do prazer e quase sempre que puderem penetrar alguém o farão e apenas isso basta. Não me esforço em nada para agradar um cara, basta fazer cara de menininha, vestir o moletom deles e dizer me come, isso por que até hoje não encontrei nenhum homem homem mesmo, que se interessasse por mulheres resolvidas e independentes, coisa que eu realmente não sou, talvez mais independente do que resolvida de fato, mas acredito piamente que uma coisa leva a outra.
Tudo ocorre de forma extremamente diferente quando estou com uma mulher, minhas colegas e até mesmo N acreditam que sou uma sapatão foda, eu costumo mesmo passar muita segurança em relação a isso, na verdade eu não faço ideia nada, tenho uma pequena noção de como deixar uma mulher feliz, mas nem tento e as vezes até mesmo travo e quero sumir. Sou passiva, mas nem sempre porque quero, quase sempre tenho  o desejo na mesma intensidade de chupar ou foder uma mulher e de dar para ela. Os joguinhos e as provocações me atraem muito, nem sempre consigo curtir esse momento numa boa, algo que faz novamente travar e passar a atuar mesmo durante o sexo. Eis o motivo de eu ter passado longos dois anos sem conseguir chegar a um orgasmo junto, a atuação. Ainda não entendi como estou indo bem como educadora, sendo que meu maior mérito na vida é ser várias e agir como várias e nunca entender de fato quem sou eu de verdade. Penso que estou realmente tão escondida em mim mesma que para me encontrar nessa bagunça toda travo inúmeras batalhas.
A sexualidade segue sem ser entendida por mim e tento ao máximo deixar que as coisas aconteçam de forma tranquila e natural, mesmo sabendo que isso é quase impossível por agora.

Eu aos 8 anos sabia como os bebês eram feitos, tinha ciúmes da minha  mãe e sentia nojo de pensar que meus pais podiam transar, credo, asqueroso. Nessa idade também vivia dando selinho em G, sempre que podia a gente sumia de perto das professoras e ficávamos lendo os livros sobre sexo que tinham na biblioteca, era de fato bem raro quando isso ocorria, porque nosso passatempo favorito era brincar de cúmplices de um resgate no gramado, quando G era Mariana, I era Silvana e eu nem queria ser gente e achava mais legal ser o cachorro. Silvana era ruim, mas eu era loucamente  apaixonada por ela e por I, tanto que quando mudamos de sala passei dias chorando ao ouvir Milton Nascimento em casa, também chorava com algumas músicas de Sandy e Júnior. I, foi sem a menor dúvida minha primeira paixão de infância, já mostrava naquela época que eu seria uma fã indiscutível do amor de simulacros, das imagens da caverna, do platonismo como um todo. Drama Queen.

Doze anos e nem I e nem G participavam tanto de minha vida, ainda conversava algumas vezes com I no recreio, mas estava fissurada em Let e em sexo. E, um dia ensinou Carol a masturbação feminina, usou o estojo como modelo anatômico de vagina e colocava dois dedos na abertura do zíper, mexendo para baixo e para cima. Eu de fato odiava E, já havia algumas vezes batido nele, arranhado e até mesmo o insultado para que parasse de encher o saco de minhas amigas, Carol e M. Era uma mocinha estourada e ciumenta. Eu tinha inúmeros DVDs de shows, Avril Lavigne e RBD dominavam minha vida e meu Jesus, que pernas eram aquelas da Dulce Maria, brincávamos de rebelde e eu estava o tempo todo falando sobre sexo com as pessoas, na brincadeira faltava gente, no caso falta os meninos e então improvisávamos meninos de almofadas ou travesseiros, que eram no caso nossos namorados. Foram varias as vezes que dormi abraçada com um travesseiro, que podia ser Poncho, Miguel, Diego, mas na minha cabeça sempre era a Anahí.

Tinha acesso livre a internet e logo o assunto sexo migrou para rede o que caracteriza um sério problema de negligencia parental em relação ao uso do computador por minha parte. Já buscava nessa época fotos um pouco mais picantes de Avril e as mocinhas do RBD, um dia Let me mandou um gif de pinto e aquilo ficou rodando na minha cabeça por algum tempo, era de fato uma grande e divertida brincadeira, envolvendo um assunto de adultos, sexo.

O conto:
Uma noite tinha um trabalho para fazer sobre contos, fabulas e estórias. Grande surpresa a minha ao descobrir um site chamado Casa dos Contos Eróticos, logo de cara um relato detalhado de ménage envolvendo incesto e pedofilia, claro, para que começar de forma sutil e bem orientada uma vida sexual!? O relato em si, não tinha um tom agressivo, mas era riquíssimo em detalhes, eu tinha uma mente demasiadamente fértil e imaginativa, tanto que os livros me interessavam mais que os filmes na época, dado que eu conseguia visualizar todos os detalhes da escrita. Era um casal que passa uma noite com um sobrinho de 12 anos em casa e acabam induzindo o menino a fazer sexo com a tia e posteriormente com o tio. A história me impressionou bastante, assim como um vídeo que pulou em minha tela de uma mulher dando para um pastor alemão, ali meu contato até então didático com sexo havia sido ilustrado da pior maneira possível.

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